Seminário JUPIC - 16 a 18 de outubro

Ativismo, lobbying e trabalho em rede

A Comissão Executiva de Vivat Internacional, Pe. Felix Jones e Ir. Zelia Cordeiro, apresentou a história de Vivat Internacional, seus objetivos e a maneira como está trabalhando a nível internacional, especialmente junto às Nações Unidas.

Como o primeiro a falar, Pe. Félix deu a conhecer Vivat mediante a exposição de seus marcos. Cabe destacar que o estabelecimento de Vivat como ONG na ONU é iniciativa das Servas do Espírito Santo. A proposta conjunta se apresentou às Servas e à Sociedade do Verbo Divino, no Conselho Geral, em 18 de maio de 1999.  Após aprovação pela Assembléia de Provinciais SSpS  e Regionais em Pune, Índia, (setembro de 1999) e no Capítulo Geral SVD (Julho de 2000), Vivat se estabeleceu formalmente em 18 de novembro de 2000, sendo SSpS e SVD os membros fundadores.

Após 12 anos, a rede Vivat cresceu de maneira significativa. Até a presente data, conta com 25.386 pessoas, entre Irmãs, Sacerdotes e Irmãos provenientes de 12 congregações religiosas, que trabalham em 122 países da Europa, Ásia-Pacífico, África e América.

Vivat aborda temas de JUPIC a nível popular e sistêmico. Para mostrar o processo de como os problemas de base são levados a Vivat Internacional, Pe. Félix citou alguns casos da Indonésia, do Peru, do Sudão e do Sri Lanka.

Sendo a defesa dos direitos (advocacy) a tarefa primordial de Vivat (e promotores de JUPIC), Ir. Zélia apresentou ao grupo o significado da defesa e como esta se estrutura. Para assegurar o êxito nos esforço de promoção e defesa, há ações específicas e determinados passos que devem ser seguidos.

A manutenção de um banco de dados é importante para apoiar o trabalho de defesa. Há um processo de manejar informação confidencial e delicada com o fim de proteger os interesses de nossos clientes. A defesa e a promoção é um trabalho de alto risco. Talvez nunca vejamos seus resultados finais durante nossa vida, porém seus efeitos a longo prazo são muito mais que obras de caridade.

Vivat Internacional crê que a dignidade e a igualdade de todas as mulheres são direitos humanos fundamentais e devem estar garantidos. Ainda que o trabalho de Vivat Internacional inclua, também, a pobreza, o desenvolvimento sustentável e o trabalho com HIV/SIDA, as mulheres, sem dúvida, ocupam uma grande parte de sua atenção.

Em âmbito internacional se esforça para eliminar a violência conta a mulher, o que constitui uma das formas mais generalizadas e brutais de discriminação que sofrem as mulheres. Por isto, na parte da tarde, Pe. Felix realizou uma conferência sobre CEDAW (Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher)

Finalmente, Ir. Zélia falou sobre o “Exame Periódico Universal (EPU) das Nações Unidas sobre Direitos Humanos” e a “Oficina do Alto Comissariado para Direitos Humanos”. Ela descreveu, com detalhes, como as questões de direitos humanos, de diferentes países, são apresentadas e discutidas e as ações decorrentes das sessões periódicas de queixas do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

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Sessão noturna

O Banco dos Missionários SVD

Em 1964, os Missionários do Verbo Divino fundaram em Santo Agostinho, próximo a Bonn, Alemanha, o único banco missionário da Europa. Sua missão é ajudar a pessoas necessitadas. Todos os lucros do Banco Steyler são destinados ao trabalho missionário da SVD e das SSpS em todo o mundo.

O Banco Steyler promove a inversão segura por meio de garantias éticas. 16mil clientes satisfeitos em demonstrar  que é possível a inversão financeira na solidariedade. Ano após ano, vários milhões de euros são direcionados a importantes projetos sociais. É importante destacar que o Banco não vem sendo afetado pela crise econômica européia.

O Banco Steyler é o único banco que pertence a uma congregação católica. Funciona de acordo com as diretrizes dos Missionários de Steyl, fundada por Santo Arnaldo Janssen (SVD e SSpS).

 

18 de outubro  

Comunicação Não Violenta, desenho de projeto e redação de propostas

Irmã Ana Elidia Caffer Neves, SSpS, nossa expert da Província Brasil Norte, tem uma ampla gama de estudos e experiência na área da comunicação. Seu tema de hoje foi a “Comunicação Não Violenta (CNV).” Ana Elídia apresentou sua conferência como uma reflexão pessoal de modo tranqüilo, a partir dos seguintes pontos:

1º Tomar consciência do meu coração

2º Identificar meus sentimentos dominantes durante o seminário

3º identificar as necessidades que senti mais forte durante o seminário

4º Como satisfaço minhas necessidades?

Irmã Ana Elídia procedeu à sua apresentação intitulada “Comunicação para a Paz, a comunicação compassiva”. Primeiro, fez uma importante referência a uma das diretrizes do 13º Capítulo Geral – “A aprendizagem da não–violência”. Em seguida, discutiu o Triângulo da violência com seus três componentes:

  • A violência direta
  • A violência cultural
  •  A violência Estrutural

Na aprendizagem da Comunicação Não Violenta é importante saber identificar quais são as necessidades humanas e os sentimentos para estar em conexão consigo mesmo e com as outras pessoas. Tal conhecimento é essencial para a comunicação interpessoal, à qual tem seu fundamento na compaixão e como objetivo a paz.

Concebida nos anos 60 pelo psicólogo Dr Marshall Rosenberg, a Comunicação Não Violenta serve como guia ou ferramenta para resolver conflitos e para desenvolver novos sistemas sociais que promovam a colaboração e o intercâmbio de energia. A CNV se aplica, ainda, na educação e na promoção da Justiça Restaurativa. A chave para superar os conflitos e desacordos na forma de falar e ouvir às demais pessoas.

As imagens do lobo e da girafa foram utilizadas para fazer o contraste entre a forma agressiva de atingir nosso objetivo, que a maioria das pessoas aprendeu desde a infância, e a construtiva que é a promoção da paz. No rosto de uma acalorada discussão, a girafa escuta muito além das palavras violentas, e só ouve ao outro dizendo: ”Por favor, ajuda-me”. Com compaixão, ela considera o que está acontecendo à outra pessoa.

O ponto de partida da CNV é o que o Dr. Marshall chama “energia divina”. Significa reconhecer a presença de Deus em si mesmo e na(o) outra(o). Os conflitos com pessoas de diferentes opiniões e culturas implicam ciclos de emoções dolorosas. Como maneira alternativa de enfrentar isso, a CNV exige que se fale com clareza e honestidade. Ao fazer isto, deve-se tem em conta o seguinte:

1º O que fez a pessoa?

2º Como me senti?

3º Qual necessidade minha foi solapada/ abalada/ minada?

4º O que desejo que esta pessoa me faça?

Os objetivos da CNV:

  • Ajudar a nos conectarmos com o que está vivo em nós e nas demais pessoas.
  • Estabelecer relações baseadas na cooperação e na compaixão.
  • Estabelecer relações a partir do coração: dar e receber para que a minha vida, assim como a vida da outra pessoa seja enriquecida.

Alguns passos na CNV:

  • Observar sem interpretar
  • Identificar e expressar sentimentos
  • Assumir a responsabilidade pelos próprios sentimentos
  • Quando as necessidades não são satisfeitas, pedir o que irá enriquecer a vida
  • Receber e dar empatia
  • Ser compassivo consigo mesmo
  •  Expressar insatisfação/ irritação...
  • Libertar-se interiormente para poder ajudar aos demais
  • Expressar gratidão

Concluída sua apresentação, irmã Ana Elídia convidou a rezar a “Oração pela Paz” que ela mesma compôs.

 

 Elaboração de Projeto e redação de propostas

Irmã Benigilda Ladia, SSpS e Irmã Julie George Kandathinkara, SSpS partilharam com as(os) demais participantes seus conhecimentos e experiência na elaboração de propostas de projetos.

Irmã Benigilda fez uma conexão entre a redação de propostas e JUPIC. Ela disse que nos convertemos em voz dos sem voz, fazendo uma proposta de projeto em seu nome. É uma maneira de tornar concreta nossa resposta ao compromisso com a vida. Na proposta de projeto é importante:

  • VER a situação
  • JULGAR a partir dos valores do Evangelho
  • AGIR de acordo com estes valores.

Irmã Julie George, a partir de sua própria experiência, apresentou as Diretrizes para as Propostas de Projetos. Assinalou que ao fazer o pressuposto, a maioria das agências de financiamento requer uma contrapartida dos proponentes. Destacou, ainda, a importância de realizar uma investigação e a obtenção de dados claros. Irmã Benigilda apresentou os passos para o monitoramento e algumas ferramentas de coleta de dados.

Concluindo, sublinhou que a preparação de proposta de projeto é um processo técnico e requer uma habilidade técnica especial. Podemos perder nossa credibilidade frente às instituições financeiras se não o fizermos bem. Isso significa perder o apoio para o trabalho da missão.

 

 

 

 

 

 

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