Fazer seu filho ajudar em casa auxilia também o desenvolvimento dele

Cuidar de si mesmo é algo que deve ser ensinado no dia a dia, com exemplos e incentivo para fazer seu filho ajudar em casa.

Quando nascem, nossos filhos dependem da gente para fazer tudo o que precisam para sobreviver: da alimentação à higiene. Conforme eles vão crescendo, vamos ensinando-os a se virarem sozinhos, embora nosso instinto de querer cuidar de tudo o tempo todo fale mais alto.

Aos poucos, precisamos ensinar aos pequenos uma habilidade que garantirá sua sobrevivência: autonomia. E isso é uma atitude que parte deles. Repare em como os bebês que já têm um certo controle sobre si tentam comer sozinhos, pegar e passar a pomada, imitam certos comportamentos nossos. Não buscar essa independência é sinal de que algo não vai bem.

Quando já conseguem ter controle sobre si mesmos é que a vida da mãe vira uma loucura: a vontade de querer fazer tudo sozinho, faz com que nossos filhos de 4, 5 anos se pareçam como mini-adolescentes. Minha experiência de mãe e meus breves conhecimentos em psicopedagogia dizem que isso é só uma febre que deve ser controlada com o pulso dos pais, para que não se transformem em pequenos tiranos: independência e autonomia, sim; autoritarismo infantil, não.

Assim que a criança sai das fraldas, e sai oficialmente do posto de bebê, algumas tarefas do dia a dia podem ser ensinadas (e até exigidas) para que ela aprenda a se virar no dia a dia. Guardar seus próprios brinquedos, aprender a tirar e por a própria roupa, colocar a roupa suja do cesto, comer sem o auxílio dos adultos, aprender a usar o copo são algumas das habilidades a ser ensinadas.

Por volta dos 3, 4 anos, já podemos pedir para a criança pôr guardanapos na mesa, trocar o rolo de papel higiênico, separar seus brinquedos por categoria, escolher as próprias roupas.

Com 5, nossos pequenos já podem por a mesa, levar o prato à pia, colocar a roupa na máquina, tirar pó. E conforme a criança a vai assimilando e incorporando cada tarefa ao seu dia a dia, podemos ir dando atividades mais complexas. Que criança não fica feliz quando a mãe lhe diz que já que ela aprendeu a por a toalha na mesa sozinha e agora também pode por os pratos?

A única desvantagem disso tudo é lidar com as vontades: seu filho vai fazer bagunça, vai querer arrumar a mesa do jantar às 15h da tarde, vai zonear o guarda-roupa e sair com as vestes sem nenhuma combinação. Aí é que a gente entra: botando limite, explicando o porquê aquilo não está bom. Refazer, corrigir e criticar tudo também já é anulador demais, porque aí não há incentivo que resista.

Além disso, precisamos estar atentos aos riscos de algumas atividades. Com o tempo eles vão querer mexer com fogo, facas, água, cuidar dos irmãos menores. E isso não deve ser proibido, mas, dependendo da idade, a criança pode se aventurar com os perigos, desde que rigorosamente supervisionada por um adulto.

Se seu filho não se animar, um prêmio pode dar um jeito. Uma tabela com metas a serem cumpridas em troca de um passeio ou presente ajuda. E as punições devem existir se a criança não estiver cumprindo com seu dever. Não guardou seus brinquedos, não tem TV, por exemplo.

Vamos combinar que é tudo muito lindo na teoria, e a prática pode dar certo! Basta um pouquinho daquele líquido raro encontrado nas fontes mais profundas da maternidade: paciência. Com ela, acho que teremos adolescentes mais compreensivos e participativos dentro de casa. Só o tempo virá com a resposta.

 

Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2014.

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