O estudo da Literatura Modernista requer a compreensão das mudanças artísticas que ocorreram, principalmente, desde o final do século XIX e culminaram na Semana de Arte Moderna, em 1922.
As profundas transformações que aconteceram em diversos setores da sociedade, naquela época, foram refletidas nas artes, desde os movimentos de vanguarda, e se caracterizaram pela ruptura com a tradição e pela irreverência. Visitar o acervo da Pinacoteca do Estado, museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XX e da contemporaneidade, é uma excelente oportunidade para compreender essas mudanças e deparar-se com o antipassadismo cultural e a liberdade de criação que permearam as produções modernistas. Além disso, trata-se do museu de artes mais antigo da capital, localizado no Jardim da Luz, e a sua história protagoniza o desenvolvimento cultural da cidade de São Paulo.
Por sua vez, a Estação Pinacoteca, que abrange o Memorial da Resistência, aborda outro momento importante da História e dedica-se à preservação de referências das memórias da resistência e da repressão políticas do Brasil republicano.
As terceiras séries do Ensino Médio, em um projeto das disciplinas de Literatura, História e Técnicas de Redação, visitaram a Estação e o Parque da Luz, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência.
Arquitetura, parte da História de São Paulo, pinturas de artistas como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Lasar Segall, Di Cavalcanti e a visita às antigas celas do DEOPS fizeram parte desse circuito, que certamente enriqueceu o repertório cultural de nossos estudantes.
Depoimento: Victoria Cruz Storace – 3ª série E.M.A
Sempre fui grande fã da cidade de São Paulo. Acho que, mesmo com todos seus problemas, ela ainda consegue impor seu devido respeito, transbordando cultura, diversidade e sendo o centro financeiro do Brasil.
Porém, muitas pessoas ainda não conhecem a verdadeira São Paulo, a São Paulo de museus, exposições, feiras, parques e diversos programas culturais, preferindo, muitas vezes, a comodidade de um shopping center, por exemplo. Por isso, acho válida toda a ideia que amplie o repertório cultural e ainda explore a cidade.
Foi pensando assim que fiquei muito empolgada com a possibilidade de poder ir à Pinacoteca (mesmo já tendo ido algumas vezes) de trem (uma maneira rápida, prática e diferente), pela escola e junto com meus amigos, visitar a Estação da Luz (cheia de história também) e, de quebra, ainda conhecer o DEOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tantas vezes já citado pela professora de História e um lugar que muito aguça a curiosidade, tanto daqueles que viveram durante a ditadura quanto das gerações posteriores (como eu e meus colegas).
Ir à Pinacoteca junto com a professora de Literatura foi muito bom, consegui visualizar as obras de uma maneira diferente, sabendo o que elas representavam e as histórias que existem por detrás delas. Essa foi a melhor parte! Nunca imaginaria quanta história tem em cada quadro. Saí de lá com outro olhar e ansiosa para voltar novamente junto com a minha mãe, para mostrar tudo o que aprendi.
No DEOPS com a professora de História também foi muito interessante, conversamos, analisamos e também ficamos tristes por todas as pessoas que ali passaram e deixaram suas marcas.
Percebi que visitar alguns lugares com pessoas que realmente entendem do assunto faz mudar sua visão, elas te fazem querer saber tanto e realmente apreciar o que está em volta.
Bem, cultura à parte, foi ótimo por ter uma aula diferente, mais extrovertida, fora da mesmice da sala de aula. Houve momentos de descontração, diversão e aprendizado, além da possibilidade de contato com as professoras fora do ambiente escolar. Posso dizer, como aluna do terceiro ano do Ensino Médio, que com todas essas pressões do vestibular e coisas assim, poder aprender de formas diferentes é como uma lufada de ar fresco.
Enfim, tudo o que tenho a dizer agora, é por um ano escolar com mais saídas assim e agradecer aos professores e à direção da escola, por nos proporcionar isso.
Victoria Cruz Storace Silva