JUPIC

JUPIC

 

JUPIC é a sigla para Justiça, Paz e Integridade da Criação

 

“A JUPIC tem como objetivo a transformação das estruturas, das políticas e das práticas que dominam e destroem a integridade da criação, e busca uma verdadeira qualidade de vida para todos e todas, especialmente para os/as marginalizados/as”.

“JUPIC busca preservar o meio-ambiente e transformar a situação das pessoas, das comunidades e das nações, mediante a análise, a defesa e as atividades planejadas, para que todos e todas possam viver como pessoas criadas à imagem de Deus. Desta forma, JUPIC proporciona o fundamento para todos os demais ministérios da Igreja e para sua missão evangelizadora”.

Bispo Kevin Dowling.Igreja Católica Romana  da Diocese de Rustenburg na província eclesiástica de Pretória na África do Sul) 

 

Metas de JUPIC:

  • Conscientizar as pessoas sobre as causa dos sofrimentos e da pobreza, assumindo as implicações sociais da fé.
  • Potenciar as pessoas para que trabalhem por uma sociedade mais justa, onde sejam respeitados os direitos humanos  básicos como a alimentação, a água, a moradia, a educação, a saúde, o emprego e a participação política e social.
  • Ajudar a sociedade na ação de promover a Justiça e a Paz em favor dos pobres, dos marginalizados, dos desvalidos e dos oprimidos.
  • Trabalhar para que JUPIC esteja integrada em todas as nossas comunidades e ministérios;
  • Cuidar da Integridade da Criação;
  • Optar, conscientemente, pela não violência como estilo de vida;
  • Responder criativamente às realidades de nosso tempo onde a vida está ameaçada;
  • Trabalhar em rede dentro de nossas Províncias/Regiões, com as SSpSAP, com SVD, com VIVAT Internacional, com leigos(as) e outras organizações.

Considerar a espiritualidade como “fé vivida” ajuda-nos a entender o que significa “espiritualidade”. A espiritualidade tem a ver com o seguimento do espírito de Jesus, com o modo como vivemos nossa fé. Uma possível definição de espiritualidade: é a atitude fundamental de fé de uma pessoa que conforma seu pensamento e sua ação ao espírito de Jesus. Podemos dizer que tipo de espírito habita em uma pessoa vendo como atua e fala.

 

Um caminho para entender a espiritualidade de justiça e Paz:

Segundo Peter Henriot S.J. (pequisador jesuíta, orador e escritor sobre a Justiça Social da Província da Zâmbia-Malawi na África) a espiritualidade de Justiça e Paz contém quatro passos importantes:

1.       É um modo de vida.

2.       É modelada seguindo o exemplo de Jesus, e tem raízes nas Escrituras e na Doutrina Social da Igreja.

3.       Tem como objetivo transformar a sociedade.

4.       É levada adiante pelos cristãos comprometidos.

 

A espiritualidade do apostolado de justiça e Paz

A quatro palavras-chave que identificam os aspectos essenciais da espiritualidade de Justiça e paz:

 

1.   Fé: Cremos em Jesus Cristo, o Filho de Deus que caminhou entre nós para garantir que todas as pessoas tenham vida e vivam em plenitude. Abraçamos e tentamos viver os valores e as atitudes de Jesus. Quando trabalhamos pela Justiça e pela Paz, e vivemos nossa fé em Deus e em Jesus, no Espírito Santo, temos a espiritualidade de Justiça e Paz.

 

 

2. Relações: Vivemos nossa fé através do que dizemos e fazemos, especialmente, no modo como tratamos os demais e nos relacionamos com eles. Relações boas, límpidas, honestas e respeitosas são justas e trazem paz. Relações destrutivas, exploradoras, daninhas e desrespeitosas são injustas e impedem a paz. Nosso modo de relacionarmos pode converter-se em expressão de nossa espitualidade de Justiça e Paz.

 

3. Profecia: Vivemos nossa fé através do papel que desempenhamos na sociedade. Seguindo a tradição dos profetas do Antigo Testamento, exercemos uma função profética quando nos identificamos com as pessoas que recebem um tratamento injusto e falamos e agimos contra esta injustiça. Desafiamos a injustiça na sociedade, promovemos a Justiça e trabalhamos por instaurar nela a Paz. O testemunho profético é um elemento muito importante em nossa espiritualidade de Justiça e Paz.

 

4. O Espírito Santo: O Espírito Santo nos ajuda a viver nossa fé e a expressar nossa espiritualidade de Justiça e Paz. É o Espírito quem nos capacita, nos fortalece, e nos dá sabedoria e coragem para atuar com justiça na promoção da Paz. O Espírito é quem nos dá força e o amor para continuar nosso trabalho, inclusive no meio de obstáculos e dificuldades.

 

I Seminário Internacional de JUPIC

 

“Fazer de JUPIC um estilo de vida” foi o compromisso assumido pelas promotoras de Justiça e Paz e Integridade da Criação de toda a Congregação das Missionárias Servas do Espírito Santo reunidas para o 1º  Seminário Internacional de JUPIC – SSpS que se realizou de 1º de outubro a 21 de outubro em Steyl, na Holanda.

 

Veja abaixo o Documento Final do Seminário e os principais temas estudados:

 DOCUMENTO FINAL                                     TEMAS PRINCIPAIS

  

 

Escolhe a vida

"Escolhe a Vida" foi o lema do Primeiro Seminário Internacional de JUPIC – SSpS e o texto de Jo 8, 1-11, que conta o encontro de Jesus com a mulher adúltera, foi definido como ícone bíblico do seminário. Tanto o lema como o ícone foram vistos a luz das diretrizes do 13o. Capítulo Geral das Missionárias Servas do Espírito Santo.

Metas do Seminário:

§  Tomar consciência que a dimensão de JUPIC é um elemento constitutivo do nosso chamado missionário como SSpS.

§  Oferecer às participantes uma experiência integral que lhes proporcione as ferramentas necessárias para a incorporação de JUPIC em todos os aspectos da vida tanto pessoal como da Província/Região.

 

Objetivos:

1.     Como Jesus, permitir que as realidades da vida, especialmente dos que sofrem nos toque e nos transforme.

2.     Aprofundar a dimensão mística e profética (contemplação – ação) como elementos integrais de JUPIC.

3.     Penetrar nas raízes bíblicas, eclesiais e congregacionais (trinitárias) de JUPIC.

4.     Responder criativamente às necessidades do nosso tempo em cooperação com os leigos e leigas, ONGS e outras instituições.

5.     Trabalhar mais em conjunto com VIVAT e CEAJ - Centro de Espiritualidade Arnaldo Janssen.

6.     Criar um banco de dados SSpS que ofereça apoio ao nosso serviço de JUPIC (recursos humanos e materiais).

 

 Depoimento da Secretária das missões

Ir.  Carmen Elisa Bandeo, SSpS, Secretária das Missões, fala sobre a importância da realização deste seminário para a Congregação em vista de uma maior dinamização de JUPIC.

É própria da Secretária das Missões a tarefa de animar, impulsionar e apoiar as irmãs em sua vida e missão. Como JUPIC é parte integral da vida missionária das Servas do Espírito Santo, é também sua responsabilidade acompanhar o desenvolvimento de JUPIC na Congregação.

Para Ir. Carmen Elisa, assumir a promoção da justicia, da paz e da integridade da criação é dar seguimento ao sonho de Santo Arnaldo Janssen e buscar dar respostas novas às necessidades de hoje.

 

SEMINÁRIO INTERNACIONAL JUPIC - ABERTURA

1º Seminário Internacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação - JUPIC

Escolhe a Vida!

1- 21 de Outubro de 2012 – Steyl, Holanda

 

Boas Vindas!

Todas as províncias e regiões estão representadas no Primeiro Seminário Internacional de JUPIC, por 44 irmãs coordenadoras ou representantes de JUPIC. Participam, ainda, toda a equipe de Coordenação Geral da Congregação, quatro representantes do Verbo Divino e as irmãs da equipe de serviço, como secretaria e comunicação, em um total de 64 pessoas.

A acolhida na Casa Mãe, em Steyl, foi muito afetuosa e as irmãs tiveram a oportunidade de se conhecerem mutuamente e continuarão compartilhando suas experiências durante todo o seminário.

No domingo, a maioria das irmãs já havia chegado para o Seminário. Após o almoço, então, foram visitar a imprensa do Verbo Divino, pois havia uma exposição das máquinas que os irmãos usaram em seu trabalho de evangelização. As máquinas foram restauradas para que as pessoas possam conhecer mais da magnitude da obra de Arnaldo Janssen.

 

ESCOLHE A VIDA!

1.     Abertura do Seminário

O tema do seminário “Escolhe a Vida” motivou a missa de abertura. Todas as pessoas participantes se reuniram na capela das Madres Maria e Josefa e dali saíram em procissão para a Igreja. A missa foi presidida pelo Pe. Bert Woning, provincial do Verbo Divino da Holanda, que esteve 40 anos, como missionário, no Paraguai.

2.     Importância do Seminário

Após a missa foi feita a abertura oficial do seminário, com as orientações praticas e a apresentação da equipe de facilitadores: Ir. Mary John e Pe. Francisco O’Conaire, OFM.

Irmã Maria TeresiaHornermann deu as boas vindas a todas as pessoas participantes e expressou sua alegria com a presença de representantes de todas as províncias. Ela enfatizou a importância e a necessidade deste seminário para aprofundar a temática de JUPIC na perspectiva do 13º Capítulo Geral.

3.     Dinâmica de integração

            Para maior integração das(os) participantes, foram feitas algumas dinâmicas de integração, uma vez que há pessoas de diferentes partes do mundo e de distintas línguas e culturas.

4.     Questionário sobre JUPIC

 Em preparação ao Seminário todas as províncias receberam um questionário para ser respondido em comunidade. Para algumas províncias as perguntas pareceram muito simples e, até mesmo, divertidas ou provocativas, porém foram motivo de conversas e aprofundamento.

A equipe organizadora apresentou as respostas das Províncias, aqui apresentamos um resumo: (para mais detalhes acessar sspsjupic.wordpress.com – Cuestionario de JUPIC).

 

       5. Algumas conclusões relativas ao processo:

  • Foram enviadas as mesmas instruções a todas, porém houve diferentes compreensões da tarefa a ser realizada;
  • Os materiais chegaram a todas as províncias e (supostamente) em cada comunidade, porém o numero de respostas não coincide com o das várias províncias e comunidades (nem todas responderam);
  • Algo precisa ser melhorado em nossa comunicação e em nosso compromisso, no que diz respeito as reflexões propostas e enviadas pela Coordenação Geral e/ou organizadores de seminários, capítulos, etc.

       

       6. Algumas conclusões sobre as respostas

  • JUPIC é para todas as irmãs da Congregação;
  • JUPIC é para ajudar na mudança das estruturas sociais;
  • JUPIC tem a ver com nossos hospitais, escolas e outras instituições;
  • JUPIC está diretamente relacionado com nossa espiritualidade e vida de oração.

É importante ter em conta:

  • Pelo menos 30 comunidades creem que JUPIC é um ministério especializado e, portanto,nem todos seriam chamados para envolverem-se;
  • Em 8 Províncias/Regiões não temos ideia do que as irmãs pensam sobre JUPIC.

Sem duvida,

É devido a todas estas preocupações com respeito ao nosso chamado a ser pessoas de Justiça e Paz e Integridade da Criação...

Que estamos aqui!

E os frutos virão no momento adequado!

 

ANÁLISE DA REALIDADE

O segundo dia do Seminário foi dedicado à análise da realidade. Pe. John Kilcrann, da Congregação do Espírito Santo, introduziu o tema a partir dos fundamentos da Doutrina Social da Igreja.

  • Resumo da jornada do dia:
  • Breve fundamentação histórica
  • Uma metodologia possível: o Ciclo Pastoral/Ciclo Espiral
  • Cada uma das etapas do Ciclo Espiral
  • Película sobre a situação de Alberta: As Areias Betuminosas do Canadá com Bruce Parry, seguido por exercício de analise social em grupos
  • Considerações teológicas do método
  • Trabalho em grupos: Resposta da fé e da espiritualidade
  • Discussão na sessão plenária: Planejamento e evolução no ministério

Assistam ao vídeo: As areias betuminosas do Canadá:

Primeira parte: HTTP://www.youtube.com/watch?v=yzHU1S6Ifpk;

Segunda parte: HTTP://www.youtube.com/watch?v=SmpdlfArtkQ

 

 

1.     Nossa Realidade

Dando continuidade à temática da análise da realidade, o terceiro dia do Seminário teve, pela manhã, um aprofundamento sobre nossa realidade pessoal, com a orientação da Irmã Celestina, SSpS e do Pe. Renato Gnata, SVD, ambos da equipe do Centro de Espiritualidade Arnaldo Janssen, em Steyl.

Os dois desafiaram os participantes a descerem mais fundo na compreensão de quem realmente somos e o papel que temos, em nossa missão como representantes de JUPIC.

Síntese do conteúdo

  • Reflexão sobre a realidade humana – nós somos muito mais que nosso corpo, nossas emoções, nossa identidade como nação e cultura. Somos pessoas amadas, incondicionalmente, por Deus. (quem desejar ver o conteúdo completo da reflexão, acessar o blog do Seminário)

 

2.     A Realidade da Congregação

À tarde, a Equipe de Liderança Congregacional apresentou a realidade congregacional, a partir do que foi visto e experimentado em suas visitas nas diferentes províncias e regiões de todo o mundo.

  • Alguns aspectos da realidade da Congregação
  • Numero de Irmãs
  • Diferentes ministérios-apostolados
  • Perfil das irmãs
  • As bênçãos da Congregação
  • Os desafios que a Congregação está enfrentando

 

3.     A Realidade da Igreja

            A última apresentação esteve sob a responsabilidade do Irmão Peter Van de Wiel, que refletiu sobre a realidade da Igreja. Os participantesforam convidados a partilhar, baseados em suas experiências desde o lugar onde vivem, a realidade da Igreja Católica – aspectos positivos, negativos e de fato.

 

4.     A Realidade do Mundo

Para introduzir o tema do dia – A realidade do Mundo hoje, o facilitador, Pe. Francisco O’Conaire, fez um resumo dos dois dias anteriores, enfatizando a relação dos temas que foram apresentados – análise da realidade, o conhecimento de quem sou eu, o compromisso da congregação e os desafios da Igreja com a missão dos que estão envolvidos com JUPIC.

 

5.     O Desafio do Tráfico Humano

Um dos temas da realidade atual do mundo é a questão do tráfico humano. Para falar sobre este problema e partilhar suas experiências, foi convidada a Irmã Margi tForsters da Congregação das Irmãs Combinianas na Alemanha. Ela trabalhou em Berlim com a organização SOLWODI...

Irmã Margit, para falar da situação das mulheres vítimas do tráfico, apresentou um documentário sobre a situação das mulheres africanas na Europa e as situações em seus países de origem, especialmente na Nigéria.

O filme causou forte impacto no grupo e provocou a reflexão sobre esta realidade nas diversas partes do mundo onde os participantes do Seminário estão envolvidos. Em grupos por continentes, houve a oportunidade de trocar experiências e discutir as principais causas do tráfico humano e suas possíveis soluções.

 

6.     Painéis sobre distintas realidades

Irmão Brian e Irmã Rose Teresa apresentaram a situação dos imigrantes nos Estados Unidos. Algumas das razões para a migração são os conflitos armados, a agressão, o desenvolvimento e os desastres naturais. Os migrantes também chegam aos EUA em busca de trabalho melhor remunerado, porém muitos deles possuem documentos ilegais.

A oração, a educação e a promoção são algumas das respostas mais importantes do grupo de trabalho para o bem-estar dos imigrantes.

 

7.     A Realidade dos Povos Indígenas no Paraguai

Irmã Angela apresentou algumas estatísticas sobre o número de povos indígenas no Mundo.

Mesmo que nos últimos anos tenha havido grandes trocas sócio-políticas mundiais que levaram à criação de novas normas jurídicas e marcos constitucionais– nacionais e internacionais  – em favor dos povos indígenas, muitos ainda estão imersos em situações de exclusão, exploração, assimilação e de violação de seus direitos, em particular ao direito “territorial”.

 

8.     O Desafio do Trabalho com HIV/Aids em Papua Nova Guiné

Irmã Arnolda apresentou a CHASI (Catholic HIV/AIDS Services Inc.) – uma organização da Igreja que tem por objetivo dar resposta às necessidades das pessoas que vivem com AIDS em Papua Nova Guiné. As prioridades da Organização são nas áreas de prevenção, tratamento e fortalecimento das pessoas afetadas.

9.     Direitos Humanos e a Defesa da Mulher na Índia

Irmã Julie, advogada, falou sobre as violações dos diretos humanos das mulheres na Índia e algumas das respostas que estão sendo dadas para protegê-las. Insistiu na ideia de que os direitos humanos são algo que todos compartilhamos e que cada ser humano deve defender e respeitar, assim como os direitos dos demais.

Quando violações ocorrem, o Estado tem que intervir, porém quando o governo não faz nada, nós temos a responsabilidade de agir.

Algumas ajudas dadas às mulheres:

  • Assistência jurídica às vítimas de violência doméstica e violência sexual;
  • Assistência às trabalhadoras domésticas – lobby para sua pensão e a inclusão no Projeto de Lei por abuso sexual.

 

10.   Nova Cosmologia

Cuidar da integridade da Criação não é somente parte integrante de JUPIC, porém a grande necessidade do mundo hoje, em vista das trocas climáticas e dos riscos que o futuro nos apresenta em consequência da exploração desmedida de nosso Planeta Terra. Esta é a razão de peso para a Nova Cosmologia apresentada por Irmã Elly Verrijt, MMZ (Congregação das Irmãs Médicas Missionárias).

Irmã Elly abriu a sessão com algumas perguntas que causaram forte impacto:

  • “O que havia na mente de Deus quando ele criou tudo que existe?”;
  • “Se há uma coisa que deve ser preservada no conjunto da Criação, o que você crê que deveria ser?”.

A maneira como olhamos o mundo e entendemos nosso lugar nele determina o modo como vivemos, o que nos motiva e nos impulsiona, e também como entendemos nossa missão.

Vivemos em um Planeta moribundo. Desencadeamos uma enorme devastação na Terra. Por outro lado, damo-nos conta da beleza do nosso Planeta. Porém necessitamos tomar consciência que não temos mais a Terra que pensamos que temos. A Terra tem se transformado de tal forma que não dá para voltar atrás. Temos entrado ao que parece, no período final da destruição.

Thomas Berry: “A glória do ser humano se tem convertido na desolação da Terra e a desolação da Terra se tem convertido no destino dos seres humanos.”

Albert Einstein: “Não podemos resolver os problemas com a mesma consciência que os criou.”

 

11.   Estamos Todos Interconectados

Cada participante foi convidado a conectar-se com sua pátria – a água e o solo de onde ele(a) nasceu. Em seguida, apresentou-se a realidade de interconexão que une todos os seres no Planeta Terra – os seres humanos entre si, com outros seres e com todo o universo.

 

12.   O Desafio e o Chamado

Estar em meio à destruição é um momento de profunda criatividade.

Viemos de uma fonte, não importa de que cor sejamos nem onde estamos, todos temos um responsabilidade com a Terra.

Deus teve muita paciência com as transformações do universo. Não podemos abandonar as pessoas. A transformação é um processo.

Na realidade, não encontramos palavras para tão grande mistério que há em toda esta realidade. Isto vai mais além de nossa imaginação e nos chama simplesmente a adorar a Deus.

Seminário JUPIC - 8 a 15 de outubro

SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE JUPIC – SSpS

 

DIA 8: A Trindade e o compromisso com JUPIC

Pe. Anthony Pates, SVD, apresentou o tema do dia: “A Trindade como fonte e modelo de nosso compromisso com JUPIC”.

Para aprofundar nossa relação com a Santíssima Trindade, convidou todo o grupo para um dia de silêncio e recolhimento, propondo uma jornada contemplativa, a partir de nossa participação na missão da Trindade.

Assim, a reflexão teve início com a liturgia da Palavra, para que todo o dia fosse uma grande celebração.

 

     1. Introdução

Na primeira sessão da manhã, Pe. Tony conduziu os participantes a olharem a vida e a missão da Trindade como um primeiro movimento e, em seguida, para si mesmo fazendo um percurso espiritual a partir da história pessoal.

Perguntou às participantes do seminário: Qual é o fundamento da nossa consagração religiosa na etapa de vida que cada uma está vivendo? Qual é a experiência de Deus que dá fundamento à própria identidade e ao compromisso com JUPIC? Que experiência de Jesus e do amor de Deus tenho como meu fundamento?

Em seguida, convidou a refletir sobre o sentido da consagração religiosa.

  • Como meus votos aprofundam o fundamento de minha identidade de consagrada? Ser pobre como Jesus significa que Deus é o único absoluto de minha vida, o único referencial das minhas decisões e opções? Ser casto, como Jesus, significa que o sentido mais profundo de minha consagração é ser amada(o), incondicionalmente, por Deus e, em conseqüência deste amor, também amar às demais pessoas. E ser obediente como Jesus quer dizer que o Reino de Deus é a orientação de minha vida.

Arraigados e cimentados no amor do Deus Uno e Trino, perguntemo-nos:

  • Como a Trindade me vê e como vejo a mim mesma em relação à Trindade?
  • Quem sou eu em relação à Trindade?
  • Quem sou eu em relação ao Pai? E em relação a Jesus? E ao Espírito Santo?
  • Jesus tomou consciência de ser o Filho amado. Como eu tomo consciência de quem sou eu? Qual é minha relação afetiva e espiritual com Jesus? A experiência de ser amada(o) é única para cada pessoa.
  • Quais são os valores evangélicos centrais que formam o “ethos” pessoal para a missão?

A estrutura fundamental de nossa vida psicológica, emocional e espiritual se manifesta nos níveis intra-pessoal (sentido de integralidade e auto integração); interpessoal (a relação com as outras pessoas) e transpessoal (sentido de missão e compromisso com a vida).

Para refletir: Como me relaciono comigo mesma? Tenho uma auto estima positiva, um autovalor de mim mesma? Há algum aspecto em minha vida que não integrei em meu ser, como experiências negativas, relacionamentos desgastados ou quebrados? Há outros aspectos que estão “gritando” dentro de mim para serem integrados?

Para aprofundar a segunda e terceira partes do tema do dia - Jesus partilha sua experiência de Deus e A proposta do Reino de Deus na perspectiva de JUPIC - acessar o blog.

 

     2. Mística e profecia – 9/10/2012

A integração da dimensão mística e profética na vida cotidiana é um desafio para pessoas que exercem a missão de Justiça, Paz e Integridade da Criação e que querem abraçar JUPIC como uma forma de vida e não apenas um conjunto de práticas e intervenções.

No mundo de hoje, pessoas como D. Oscar Romero, D. Helder Câmara, Ir. Dorothy Stang e tantas outras que, de alguma maneira, descobriram a presença do Deus que transforma o coração e o incendeia com um amor apaixonado para com as pessoas que sofrem, se tornam exemplos inspiradores para quem se compromete com a causa de JUPIC.

Vem, daí, o grito profético de justiça e paz que levou tantas pessoas, contemporâneas nossas, a entregarem suas vidas para defender a vida daqueles que não têm voz nem vez e seus direitos não são respeitados devido às estruturas opressoras.

 

      3. Ação e Contemplação

Para aprofundar o tema, Ir. Sanny Bruinjs, da Ordem Carmelita da Holanda, apresentou algumas definições de misticismo, enfatizando que este se manifesta pela profunda experiência que vem de Deus, por meio do amor que permeia suas vidas.

A experiência mística se dá por um processo de iluminação, purificação (a noite escura dos sentidos e do espírito) e a união. Muitos santos percorreram este caminho e não só se converteram em pessoas tocadas por Deus, mas trouxeram importantes contribuições para a sociedade.

Irmã Sanny, a partir do evangelho de Lucas 10, 38-42, propôs a reflexão sobre a ação e a contemplação como parte integrante do seguimento de Jesus. Para ela, Marta e Maria são inseparáveis e estão presentes em cada um(a) de nós, quando buscamos integração em nossa experiência de Deus e no nosso serviço em JUPIC.

Antes das(os) participantes continuarem a reflexão em grupos, Pe. Francisco O’Coinare, OFM, fez uma síntese sobre o tema do dia e como o mesmo se aplica a JUPIC. Para assistir ao vídeo do Pe. Francisco acessar o blog.

 

      4. JESUS E JUPIC – 10/10/2012

Dando continuidade ao seminário, as promotoras e promotores de JUPIC foram convidadas(os) a olharem para Jesus e observarem como ele se relaciona com as pessoas e as situações de injustiça de seu tempo, e aprender dele como atuar hoje.

Para tratar da relação de Jesus e JUPIC a partir da Bíblia, Pe. Ralph Huning, SVD da Alemanha e doutor em Bíblia, compartilhou com o grupo algo de sua experiência  e investigação científica acerca do tema. Em seus estudos aprofundou a relação entre a maneira como as pessoas sensíveis e estudiosas compreendem os textos das escrituras.

Pe. Ralph apresentou uma série de perguntas para ajudar a refletir:

§  O que significava justiça para Jesus?

§  A maneira como interpretamos os textos do Evangelho tem relação com a maneira como Jesus viveu e compreendeu o significado da justiça e da paz?

§  O que queremos dizer com o termo Reino de Deus? O que queremos dizer com Justiça?

Segundo Pe. Ralph, a Bíblia não apresenta doutrinas definitivas sobre o que é a justiça, porém é um convite ao diálogo. Ela nos dá pistas sobre “como” atuar de maneira responsável e criativa. Nem Jesus nos deu uma definição do que é justiça. Para descobrir temos que contemplar suas atitudes e sua maneira de atuar com as diferentes pessoas e situações de seu tempo.

Ele pontuou, ainda, que não existe uma leitura neutra e objetiva da Bíblia. Por isto, é necessário conhecer nossas motivações e o que estamos buscando. Como promotores de JUPIC, nosso interesse é com as pessoas com as quais trabalhamos. No caso das Servas do Espírito Santo é, especialmente, com as mulheres marginalizadas, como no texto escolhido como ícone do seminário (Jo 8,1-11) em que Jesus dialoga com a mulher adúltera e com os que querem apedrejá-la.

 

      5 Aproximação do texto

A aproximação e descoberta do texto é a primeira fase da leitura do texto bíblico. A segunda é a tomada de distancia para maior compreensão e a terceira é a compreensão e a transmissão criativa. A partir desta introdução, foi feita a leitura do texto da mulher adúltera nas duas línguas oficiais do seminário (inglês e espanhol) e, em seguida, Pe. Ralph convidou a uma aproximação ao texto por meio de uma composição do lugar e das pessoas, a partir da imaginação de cada uma. Após um tempo de reflexão pessoal, ele distribuiu, para cada participante, uma figura com alguma representação artística da passagem do evangelho e cada um(a) foi refletir sozinho(a) e depois em grupos, por continentes. O objetivo foi confrontar a própria interpretação do texto com a que o artista transmitiu do mesmo texto.

       

      6. As Bem-aventuranças

A Bíblia é o testemunho da palavra de Deus que existia antes da Bíblia e que continua a ser pronunciada depois que a Bíblia foi escrita. Pe. Ralph mencionou o profeta Isaías, o qual comparou a palavra de Deus com a água da chuva que cai do céu e faz fecundar a semente. Em seguida, narrou uma parábola da água para mostrar os diferentes tipos de acesso à palavra:

§  O acesso imediato da leitura feita pelos pobres e necessitados;

§  O acesso da tradição eclesiástica, especialmente da liturgia e do magistério;

§  O acesso da investigação científica, que recupera os textos e evitam que sejam “contaminados”.

Para essa aproximação da compreensão de Jesus sobre JUPIC, Pe. Ralph propôs a meditação pessoal e em grupos do texto das bem-aventuranças (Mt 5,1-12) e compartilhou a investigação que fez com 172 homens e mulheres de diferentes culturas e de vários países da África, Ásia, Europa e América Latina, em sua maioria pessoas sensíveis que não haviam estudado a Bíblia. Cada uma delas apresentou uma maneira muito própria de interpretar as bem-aventuranças, a partir dos condicionamentos culturais, padrões de pensamento e valores próprios de cada um ou de cada grupo.

Por isso, segundo Pe. Ralph, é importante ter a consciência dos padrões e valores que vêm das culturas e das diferentes formas de interpretação, tanto da que emerge da vida dos pobres, como também da interpretação que vem da tradição da Igreja e, ainda, da desenvolvida pelos estudiosos. Em tudo isto, não devemos esquecer que a justiça e a paz são dons de Deus, são graças, impulsos para a ação. As bem-aventuranças apontam para uma maneira ética de viver e construir as relações.

Tendo presente as características apresentadas, as(os) participantes se dirigiram, mais uma vez, a seus grupos para aprofundar o texto na perspectiva dos distintos aspectos de JUPIC.

Em todo o momento, as promotoras e promotores de JUPIC foram convidadas(os) a olharem para Jesus e observar como ele se relaciona com as pessoas e com as situações de injustiça.

 

     7. Justiça restaurativa: Reconciliação e construção da Paz – 11/10/2012

O tema da Justiça Restaurativa na perspectiva da não violência, foi apresentada pela irmã Filo Hirota, Superiora Geral das Irmãs Mercedárias, e que trabalhou por vários anos em JUPIC, a nível internacional.

Como introdução, Irmã Filo convidou aos participantes a uma olhar contemplativo para o que foi ouvido nos dias anteriores e ressaltou que cada um(a) de nós é o conjunto das relações com o próprio eu, com as demais pessoas, com a realidade do mundo, em interconectividade com todo o universo e com Deus. Em seguida, acenou para as principais situações que geram violência no mundo:

  • A fome
  • Os conflitos armados
  • A indústria militar e de armas
  • A situação dos refugiados e dos que são obrigados a emigrar
  • A destruição da biodiversidade
  • O fenômeno da urbanização desregrada
  • A violência que acontece na vida doméstica, nas escolas, em ambientes de trabalho
  • Exacerbação da violência nos jogos (realidade virtual) e nos meios de comunicação em geral
  • A banalização do sofrimento humano
  • A solidão, a angústia, a frustração e a ansiedade

Tudo isto tem transformado nosso mundo, nossa sociedade, em um mundo gasto, exaurido, onde o ser humano passa por um processo de desumanização.

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Quem somos diante de tudo isto?

O que Deus está me dizendo? Qual é a nossa missão profética? Como comunidade SSpS, qual é nossa mensagem para este mundo de hoje?

Foi dado um tempo para a reflexão pessoal e em grupo. Cada grupo buscou sintetizar sua reflexão em uma palavra, desenho ou símbolo que foi colocado em um mural. Em seguida, todas(os) foram convidadas(os) a contemplar, em silêncio, a exposição das sínteses dos grupos e continuarem a reflexão pessoal.

   

    1. A não violência de Jesus

Na sessão da tarde, Ir. Filo refletiu sobre o caminho da não violência que Jesus praticou em sua vida e a maneira inteligente e criativa que ele propõe, no Evangelho, de como agir em situações de violência. Também trouxe o exemplo de pessoas que assumiram em suas vidas o caminho da paz pela prática da não violência, como São Francisco de Assis, Gandhi, Martin Luther King e outras.

Explicou, ainda, o significado de Justiça Restaurativa e sua implicação na transformação de conflitos reais na vida das pessoas, comunidades e países. Para aprofundar a reflexão, propôs ao grupo algumas perguntas:

  • Como vivo/vivemos a não violência de Jesus em minha/nossa vida?
  • Como vivo/vivemos a não violência de Jesus em minha/nossa missão?
  • Como vivo/vivemos a não violência de Jesus na sociedade onde estamos?
  • Até que ponto a não violência é importante em nossa vida e missão? Quais são os desafios?

     

     2.    Não violência

Existe guerra justa?

     Filo compartilhou foi o tema da guerra, seu significado e conseqüências. Ela questionou o conceito de “guerra justa” e propôs o conceito de uma “paz justa”. Também falou sobra transformação de conflitos e as etapas que se deve viver para a superação da ira justa, o perdão e a restauração da dignidade da pessoa que foi vítima de violência e, também, do agressor. O processo deve acontecer com o suporte e apoio da comunidade.

(Para mais informações acessar o blog sspsjupic.wordpress.com)

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      1. Doutrina Social da Igreja – 12/10/2012

Irmã Toni Harris, dos EUA e atual coordenadora do Instituto de JUPIC das Irmãs Dominicanas em Roma, apresentou o tema do dia: Doutrina Social da Igreja. Partindo do ciclo pastoral e da realidade do mundo, apresentou uma lista com todos os países onde as Missionárias Servas do Espírito Santo estão presentes e sugeriu que se confrontasse com a lista dos países mais pobres do mundo e dos que estão em situação de conflitos, para ver se o compromisso da congregação está relacionado com estas realidades. Comparando a lista dos países, foi possível verificar que as SSpS estão em número significativo, tanto em países mais pobres como, também, em situações de conflitos.

Abaixo, alguns tópicos de sua apresentação: O que queremos dizer com “justiça”?

  • Estabelecer a igualdade em nossas relações com as outras pessoas
  • Fazer o bem devido a nosso próximo, à comunidade, à criação e a Deus
  • Evitar fazer o mal, não infligir dano ao nosso próximo, comunidade ou criação

     

      2. Dimensões da Justiça básica

  • Justiça comutativa – equidade fundamental em todos os acordos e intercâmbios
  • Justiça distributiva – os benefícios e encargos da sociedade são distribuídos de modo justo
  • Justiça restaurativa – a necessidade de reparar o dano feito às vítimas
  • Justiça social – todas as pessoas têm uma dívida não satisfeita com o bem comum
  • “Relação correta”:

Re-articulação contemporânea do compromisso de fazer o bem devido a Deus, ao nosso próximo, a nós mesmos, e a toda a criação.

 

      3. Caridade e Justiça

Responder às necessidades humanas imediatas (à fome, ao abrigo, à vestimenta, etc.) não é o mesmo que trabalhar para a mudança dos sistemas que criam injustiças na sociedade. Esta distinção se deve compreender como a diferença entre caridade e justiça, a diferença entre trabalhos de misericórdia e trabalhos que procuram acabar com sistemas opressivos. “A caridade nunca será verdadeira a menos que leve em conta a justiça... Que nada procure, com pequenos obséquios de caridade, desculpar-se a si mesmo dos grandes deveres impostos pela justiça.” (Pio XI, Divini Redemptoris (1937)

Ainda que exista uma relação essencial entre caridade e justiça, não são o mesmo. Trabalhar pela justiça implica trocar os sistemas, estruturas, instituições e políticas públicas que são a causa ou a raiz das injustiças sociais. O Evangelho demanda que os seguidores de Jesus caminhem com estes dois “pés”: Os dois pés são: a caridade e a justiça.

 

     4. De que injustiças particulares estão conscientes nos lugares onde vivem e servem?

...uma sociedade que não respeita, não sustenta a dignidade básica, nem os direitos fundamentais, e não fomentará a qualidade de vida decente para todas as pessoas.

O Ensino Social da Igreja: quais são alguns dos princípios incluídos na Doutrina Social da Igreja Católica? A Doutrina Social está enraizada nas Escrituras e na Tradição

Não é este o tipo de jejum que tenho escolhido? Romper as cadeias da injustiça e desatar as correias do jugo, libertar o oprimido e romper todo jugo? Não é partilhar teu alimento com o faminto e oferecer abrigo ao desabrigado – quando vires um nu, vesti-lo e não apartar de ti tua própria carne e sangue? (Isaías)

No Evangelho de Mateus, Jesus mesmo proclama: “Em verdade vos digo: o que fizerem ao menos destes, é a mim que o fazem”

  • Temas bíblicos de Justiça
  • Deus está presente na história humana
  • Criação
  • Relação de Aliança
  • Comunidade
  • Anawim – “as viúvas, os órfãos e os estrangeiros”
  • O exemplo de Jesus – O Reino de Deus, curando

Na fé bíblica, fazer justiça é a primeira expectativa de Javé (Walter Brueggeman).

A justiça, em sentido bíblico, se consegue quando cada pessoa tem o que ele ou ela necessita para sobreviver, desenvolver-se, prosperar e, em seguido, ter possibilidade de regressar à comunidade.

     5. Antepassados da fé

Você não está fazendo um presente de seus bens à pessoa pobre. Está entregando o que é dele. Pois o que foi dado em comum para o uso de todos, você tomou para si mesmo. O mundo foi dado a todos, não apenas aos ricos. (Santo Ambrósio)

Honrarias o corpo de Cristo? Não deprecies sua nudez; não o honres aqui na igreja com vestes de seda pura para logo deixá-lo fora sem roupa e congelado. (São João Crisóstomo).

 

      6.    Principais temas da Doutrina Social

1.    Dignidade humana

2.    Comunidade

3.    Direitos e obrigações

4.    Opção pelos pobres

5.    Participação

6.    Justiça econômica

7.    Proteção da Criação

8.    Solidariedade

9.    Papel/função do Estado

10. Promoção da Paz

 

     7. Alguns Documentos de lgreja

§  Rerum Novarum, Encíclica de Leão XIII, 1891

§  Quadragesimo Anno, Encíclica de Pío XI, 1931

§  Gaudiumet Spes, Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Moderno, 1965

§  Populorum Progressio, Encíclica de Paulo VI, 1967

§  Justiça no Mundo, Sínodo Mundial dos bispos, 1971

§  Evangelii Nuntiandi, Exortação Apostólica de Paulo VI, 1975

§  Redemptor Hominis, Encíclica de João Paulo II, 1979

§  Sollicitudo Rei Socialis, Encíclica de João Paulo II, 1987

§  Centesimus Annus, Encíclica de João Paulo II, 1991

§  Deus Caritas Est, Encíclica de Bento XVI, 2005

§  Caritas in Veritate, Encíclica de Bento XVI, 2009

 

       8. Justiça e Paz – 1967

O Concílio Vaticano II propôs a criação de um corpo de Igreja Universal cujo papel fosse o de “estimular a Comunidade Católica a fomentar o progresso nas regiões necessitadas e a justiça social no cenário internacional” (Gaudium et Spes,90). Foi uma resposta a esta solicitação que Papa Paulo VI estabeleceu a Comissão Pontifícia “Justitia et Pax” por um motu próprio (iniciativa própria, decidida pessoalmente pelo Papa) fechado em 6 de Janeiro de 1967 (Catholicam Chiristi Ecclesiam).

Dois meses depois, na Populorum Progressio, Paulo VI sucintamente definiu do novo corpo que “seu nome, que é também seu programa, é Justiça e Paz” (5). Gaudium ET Spes e esta Encíclica, que “de certa maneira... aplica o ensino do Concílio” (Sollicitudo Rei Socialis,6), foram os textos fundamentais e pontos de referência para este novo corpo.

A ação em favor da justiça e a participação na transformação do mundo emergem como dimensão constitutiva da pregação do Evangelho, ou, em outras palavras, da missão da Igreja para a redenção da raça humana e sua libertação de cada situação opressiva.

 (Para mais informações sobre a apresentação acessar o blog sspsjupic.wordpress.com)

 

     9. Aspectos importantes de 3 documentos eclesiais relacionados com JUPIC

  • Justiça no Mundo – 1971
  • ESC e Integridade da Criação
  • O InstrumentumLaboris para o Sínodo da Nova Evangelização
  • Missão e JUPIC – 13/10/2012

     

         10. Missão e JUPIC em nossa geração fundadora

Praticamente após duas semanas de estudo e reflexão sobres diferentes temas relacionados com JUPIC, o dia de hoje foi dedicado a olhar para nossa geração fundadora e descobrir de que maneira, em seu tempo, responderam aos desafios da realidade que pode servir de inspiração para nós hoje em nossa missão de animadoras(es) e promotoras(es) de JUPIC.

Irmã CelestinaTangan e Pe. RenatoGnatta, do Centro de Espiritualidade Arnaldo Janssen,apresentaram suas reflexões a partir da vida da Bem aventurada Madre Maria Helena Stollenwerk, Santo José Freinademetz, Santo Arnaldo Janssen e Bem aventurada Madre Josefa. No blog, é possível acompanhar a reflexão.

 

      11. Visita ao Centro de Missão São Miguel

As (os) participantes do Seminário de JUPIC foram ao Centro Missionário São Miguel. Neste centro teve início a Congregação do Verbo Divino, em Steyl. Pe. Jüegen Ommerborni, responsável pelo secretariado Arnaldo Janssen, que investiga há muitos anos a vida de Santo Arnaldo, partilhou algo de seus estudos sobre o fundador e a geração fundadora.

Com muito entusiamos, Pe. Jüger expôs que Pe. Arnaldo era um homem de visão ampla e muito atento aos sinais do tempo e, não obstante que em sua época não se falava em JUPIC, em suas publicações escrevia que os missionários deveriam estar a serviço da justiça e da verdade.

Seu amor à ciências fez que se preocupara em dar uma formação em diferentes áreas do saber aos missionários e às missionárias. Fundou o InstitiutoAnthropus para estudar a cultura dos povos. Entendia e amava a natureza como templo de Deus que devia ser respeitada. Os assuntos políticos também preocuparam Arnaldo Janssen, especialmente se fosse para defender a segurança dos missionários e os interesses da Igreja. Também tinha relação com leigos que o ajudaram no sustento da obra missionária.

De muitas maneiras Pe. Arnaldo acompanhava a realidade dos lugares onde estavam os missionários e os ajudava a buscar soluções para a superação das dificuldades, tendo em vista o desenvolvimento das pessoas e o cuidado com os pobres, como os migrantes e com a minorias. Sua perspectiva missionária estava direcionada aos não cristãos, porém também aos cristãos em situação difícil onde não havia suficiente presença da Igreja.

Desta maneira, fica muito claro que a dimensão de Justiça e Paz e Integridade da Natureza fez parte da prática de Santo Arnaldo e das orientações que deixou à sua família espiritual, isto muito antes que a Igreja começasse a pensar em JUPIC.

 

      12.  A Espiiritualidade do Promotor de JUPIC – 15/10/2012

Iniciando a terceira semana do Seminário Internacional de JUPIC, das Missionárias Servas do Espírito Santo, iniciou-se o movimento de trazer os conteúdos retirados da realidade concreta das promotoras e promotores de JUPIC. A meta é integrar na prática pessoal e no trabalho de cada um(a) desenvolve pontos bem concretos e transformá-los em um plano de ação.

Pe. Francisco O’Conaire conduziu a reflexão do dia apresentando pontos muito concretos que o animador e promotor de JUPIC necessita levar em conta para realizar sua missão. Também apontou elementos importantes da espiritualidade de JUPIC com a intenção de ajudar as(os)  animadoras(es) a construírem uma base pessoal de sustentação diante dos desafios e dificuldades próprios de seu campo de atuação.

 

     13. Elementos que devem ser levados em conta na animação de JUPIC

Responsabilidades: animação, formação, comunicação, coordenação e colaboração.

Atitudes fundamentais + Ações

Recordar – ANIMADOR (mais que um ativista!)

  • JUPIC na vida e na missão
  •  “Relações justas”
  • Opção preferencial pelos pobres
  • Espiritualidade do Reino
  • Testemunho pessoal (valores de JUPIC)

Enfoque (perguntas de Por que?) Causas e não só as consequências da injustiça

Conhecer os aspectos fundamentais de JUPIC:

  • A tradição bíblica
  • Os documentos da Igreja
  • Documentos e espiritualidade de SSpS
  • Manter-se conectada com as irmãs da Província (não se converter em uma pessoa solitária, isolada)
  • Desenvolver estruturas locais e provinciais
  • Desenvolver um plano de JUPIC
  • Finanças

Projetos

  • Cada ministério é um lugar para fazer justiça
  • Que sejam sensíveis;
  • Aproveitar o que já existe (formação, missão, seminários, etc)

De que maneira envolver as demais irmãs? O que se pode planejar com demais irmãs? O que avaliar juntas?

Metodologia

  • A participação
  • O processo
  • Algumas prioridades (cada questão está relacionada a outras)
  • Análise da realidade
  • VER – JULGAR (iluminar) – AGIR – AVALIAR – CELEBRAR (ciclo pastoral)

Colaboração

  • Envolver outras pessoas (religiosos/as; grupos religiosos; organizações não governamentais)
  • Envolver outras comissões provinciais
  • Envolver a liderança da província
  • Aproveitar o que já existe (recursos, idéias, etc)

Comunicação – manter todas informadas

  • Sítios Web
  • Boletins
  • Ações urgentes
  • Publicações

Recordem

  • Respeitar às irmãs 
  • Escutar/observar
  • Ser positiva – afirmar
  • Perseverança (é o projeto do Reino e não o meu!)
  • Amar as irmãs (mesmo com suas resistências)
  • Ser gentil e compassiva
  • Ser culturalmente sensível
  • Disposição para capacitar outras
  • Estar em contato com os pobres
  •  Responder no lugar de reagir
  • Manter o bom humor – cultivar o bom humor
  • Celebrar o êxito
  • Aproveitar o que já existe (recursos, idéias, etc)
  • Cuidado pessoa: estudo; oração/contemplação; direção espiritual; tempo livre e atenção para perceber quem pode colaborar nesse ministério

Evitar

  • O Julgamento
  • O desprezo para os esforços de outras pessoas
  • A impressão que o trabalho de JUPIC é para especialistas
  • Promover o trabalho de JUPIC de forma isolada
  • A criação de dependências
  • O pessimismo e a negatividade
  • Muitas tarefas

 

        14. Dificuldades na animação de JUPIC

1.    A falta de uma metodologia evangélica não-violenta

2.    Focar, apenas, na tarefa de “mudar a estrutura” sem perceber, também, a necessidade da “transformação pessoal”

3.    Dar enforque em JUPIC no que se passa “fora” em lugar de “aqui dentro”, também

4.    Algumas(uns) promotoras(es) são “ativistas” e poderiam ser “animadores”

5.    Falta de criatividade e imaginação

6.    Falta de entendimento de JUPIC – as promotoras e a liderança

7.    As promotoras não recebem uma capacitação ou orientação sobre seu ministério

8.    Falta continuidade na animação de JUPIC

9.    Pouca colaboração com outros serviços na Província

10. Nenhum plano de JUPIC

Seminário JUPIC - 16 a 18 de outubro

Ativismo, lobbying e trabalho em rede

A Comissão Executiva de Vivat Internacional, Pe. Felix Jones e Ir. Zelia Cordeiro, apresentou a história de Vivat Internacional, seus objetivos e a maneira como está trabalhando a nível internacional, especialmente junto às Nações Unidas.

Como o primeiro a falar, Pe. Félix deu a conhecer Vivat mediante a exposição de seus marcos. Cabe destacar que o estabelecimento de Vivat como ONG na ONU é iniciativa das Servas do Espírito Santo. A proposta conjunta se apresentou às Servas e à Sociedade do Verbo Divino, no Conselho Geral, em 18 de maio de 1999.  Após aprovação pela Assembléia de Provinciais SSpS  e Regionais em Pune, Índia, (setembro de 1999) e no Capítulo Geral SVD (Julho de 2000), Vivat se estabeleceu formalmente em 18 de novembro de 2000, sendo SSpS e SVD os membros fundadores.

Após 12 anos, a rede Vivat cresceu de maneira significativa. Até a presente data, conta com 25.386 pessoas, entre Irmãs, Sacerdotes e Irmãos provenientes de 12 congregações religiosas, que trabalham em 122 países da Europa, Ásia-Pacífico, África e América.

Vivat aborda temas de JUPIC a nível popular e sistêmico. Para mostrar o processo de como os problemas de base são levados a Vivat Internacional, Pe. Félix citou alguns casos da Indonésia, do Peru, do Sudão e do Sri Lanka.

Sendo a defesa dos direitos (advocacy) a tarefa primordial de Vivat (e promotores de JUPIC), Ir. Zélia apresentou ao grupo o significado da defesa e como esta se estrutura. Para assegurar o êxito nos esforço de promoção e defesa, há ações específicas e determinados passos que devem ser seguidos.

A manutenção de um banco de dados é importante para apoiar o trabalho de defesa. Há um processo de manejar informação confidencial e delicada com o fim de proteger os interesses de nossos clientes. A defesa e a promoção é um trabalho de alto risco. Talvez nunca vejamos seus resultados finais durante nossa vida, porém seus efeitos a longo prazo são muito mais que obras de caridade.

Vivat Internacional crê que a dignidade e a igualdade de todas as mulheres são direitos humanos fundamentais e devem estar garantidos. Ainda que o trabalho de Vivat Internacional inclua, também, a pobreza, o desenvolvimento sustentável e o trabalho com HIV/SIDA, as mulheres, sem dúvida, ocupam uma grande parte de sua atenção.

Em âmbito internacional se esforça para eliminar a violência conta a mulher, o que constitui uma das formas mais generalizadas e brutais de discriminação que sofrem as mulheres. Por isto, na parte da tarde, Pe. Felix realizou uma conferência sobre CEDAW (Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher)

Finalmente, Ir. Zélia falou sobre o “Exame Periódico Universal (EPU) das Nações Unidas sobre Direitos Humanos” e a “Oficina do Alto Comissariado para Direitos Humanos”. Ela descreveu, com detalhes, como as questões de direitos humanos, de diferentes países, são apresentadas e discutidas e as ações decorrentes das sessões periódicas de queixas do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

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Sessão noturna

O Banco dos Missionários SVD

Em 1964, os Missionários do Verbo Divino fundaram em Santo Agostinho, próximo a Bonn, Alemanha, o único banco missionário da Europa. Sua missão é ajudar a pessoas necessitadas. Todos os lucros do Banco Steyler são destinados ao trabalho missionário da SVD e das SSpS em todo o mundo.

O Banco Steyler promove a inversão segura por meio de garantias éticas. 16mil clientes satisfeitos em demonstrar  que é possível a inversão financeira na solidariedade. Ano após ano, vários milhões de euros são direcionados a importantes projetos sociais. É importante destacar que o Banco não vem sendo afetado pela crise econômica européia.

O Banco Steyler é o único banco que pertence a uma congregação católica. Funciona de acordo com as diretrizes dos Missionários de Steyl, fundada por Santo Arnaldo Janssen (SVD e SSpS).

 

18 de outubro  

Comunicação Não Violenta, desenho de projeto e redação de propostas

Irmã Ana Elidia Caffer Neves, SSpS, nossa expert da Província Brasil Norte, tem uma ampla gama de estudos e experiência na área da comunicação. Seu tema de hoje foi a “Comunicação Não Violenta (CNV).” Ana Elídia apresentou sua conferência como uma reflexão pessoal de modo tranqüilo, a partir dos seguintes pontos:

1º Tomar consciência do meu coração

2º Identificar meus sentimentos dominantes durante o seminário

3º identificar as necessidades que senti mais forte durante o seminário

4º Como satisfaço minhas necessidades?

Irmã Ana Elídia procedeu à sua apresentação intitulada “Comunicação para a Paz, a comunicação compassiva”. Primeiro, fez uma importante referência a uma das diretrizes do 13º Capítulo Geral – “A aprendizagem da não–violência”. Em seguida, discutiu o Triângulo da violência com seus três componentes:

  • A violência direta
  • A violência cultural
  •  A violência Estrutural

Na aprendizagem da Comunicação Não Violenta é importante saber identificar quais são as necessidades humanas e os sentimentos para estar em conexão consigo mesmo e com as outras pessoas. Tal conhecimento é essencial para a comunicação interpessoal, à qual tem seu fundamento na compaixão e como objetivo a paz.

Concebida nos anos 60 pelo psicólogo Dr Marshall Rosenberg, a Comunicação Não Violenta serve como guia ou ferramenta para resolver conflitos e para desenvolver novos sistemas sociais que promovam a colaboração e o intercâmbio de energia. A CNV se aplica, ainda, na educação e na promoção da Justiça Restaurativa. A chave para superar os conflitos e desacordos na forma de falar e ouvir às demais pessoas.

As imagens do lobo e da girafa foram utilizadas para fazer o contraste entre a forma agressiva de atingir nosso objetivo, que a maioria das pessoas aprendeu desde a infância, e a construtiva que é a promoção da paz. No rosto de uma acalorada discussão, a girafa escuta muito além das palavras violentas, e só ouve ao outro dizendo: ”Por favor, ajuda-me”. Com compaixão, ela considera o que está acontecendo à outra pessoa.

O ponto de partida da CNV é o que o Dr. Marshall chama “energia divina”. Significa reconhecer a presença de Deus em si mesmo e na(o) outra(o). Os conflitos com pessoas de diferentes opiniões e culturas implicam ciclos de emoções dolorosas. Como maneira alternativa de enfrentar isso, a CNV exige que se fale com clareza e honestidade. Ao fazer isto, deve-se tem em conta o seguinte:

1º O que fez a pessoa?

2º Como me senti?

3º Qual necessidade minha foi solapada/ abalada/ minada?

4º O que desejo que esta pessoa me faça?

Os objetivos da CNV:

  • Ajudar a nos conectarmos com o que está vivo em nós e nas demais pessoas.
  • Estabelecer relações baseadas na cooperação e na compaixão.
  • Estabelecer relações a partir do coração: dar e receber para que a minha vida, assim como a vida da outra pessoa seja enriquecida.

Alguns passos na CNV:

  • Observar sem interpretar
  • Identificar e expressar sentimentos
  • Assumir a responsabilidade pelos próprios sentimentos
  • Quando as necessidades não são satisfeitas, pedir o que irá enriquecer a vida
  • Receber e dar empatia
  • Ser compassivo consigo mesmo
  •  Expressar insatisfação/ irritação...
  • Libertar-se interiormente para poder ajudar aos demais
  • Expressar gratidão

Concluída sua apresentação, irmã Ana Elídia convidou a rezar a “Oração pela Paz” que ela mesma compôs.

 

 Elaboração de Projeto e redação de propostas

Irmã Benigilda Ladia, SSpS e Irmã Julie George Kandathinkara, SSpS partilharam com as(os) demais participantes seus conhecimentos e experiência na elaboração de propostas de projetos.

Irmã Benigilda fez uma conexão entre a redação de propostas e JUPIC. Ela disse que nos convertemos em voz dos sem voz, fazendo uma proposta de projeto em seu nome. É uma maneira de tornar concreta nossa resposta ao compromisso com a vida. Na proposta de projeto é importante:

  • VER a situação
  • JULGAR a partir dos valores do Evangelho
  • AGIR de acordo com estes valores.

Irmã Julie George, a partir de sua própria experiência, apresentou as Diretrizes para as Propostas de Projetos. Assinalou que ao fazer o pressuposto, a maioria das agências de financiamento requer uma contrapartida dos proponentes. Destacou, ainda, a importância de realizar uma investigação e a obtenção de dados claros. Irmã Benigilda apresentou os passos para o monitoramento e algumas ferramentas de coleta de dados.

Concluindo, sublinhou que a preparação de proposta de projeto é um processo técnico e requer uma habilidade técnica especial. Podemos perder nossa credibilidade frente às instituições financeiras se não o fizermos bem. Isso significa perder o apoio para o trabalho da missão.

 

 

 

 

 

 

Seminário JUPIC 19 - 21

18/10 – Dia de Reflexão Pessoal

Resumindo as atividades dos últimos três dias de seminário, Irmã Maria João, a facilitadora, citou Jesus dizendo: “Vocês os conhecerão por seus frutos” e, em seguida, descreveu aos participantes o que a equipe organizadora considera como três tipos de “frutos” (para os dias de Seminário que restam):

§  Entender – revisar e finalizar a declaração

§  Atuar –     elaborara um planejamento individual

§  Animar – preparar uma apresentação de 15 min para sua respectiva província ou região

Como resposta à consulta das(os) participantes sobre como podem trabalhar em estreita colaboração com VIVAT, Ir. Zélia e Pe. Félix tomaram a palavra, mais uma vez. Ir. Zélia apresentou um vídeo com a inspiradora canção “I was Here” (“Eu estive aqui”), cantada por Beyoncé por ocasião do Dia Mundial Humanitário, em 19 de agosto de 2012, na Assembleia Geral da ONU.

Ir. Zélia e Pe. Félix apresentaram “11 maneiras práticas para ser parte de VIVAT”:

1.    Aprender

2.    Celebrar dias propostos pela ONU

3.    Responder às pesquisas sobre temas relevantes

4.    Participar nas visitas do Relator Especial

5.    Participar/Contribuir nas Pesquisas do CEDAW

6.    Participar/Contribuir no EPU (Exame Periódico Universal)

7.    Trabalhar em rede com outras organizações, incluindo agências da ONU (PNUD, ONU MUJERES, UNICEF, ONUSIDA, etc) e com os membros de VIVAT em seu país e em outros países

8.    Conhecer as leis relacionadas com os temas que se ocupam na missão

9.    Enviar Informe Anual

10. “Internship” – As diretrizes se encontram no sítio de VIVAT www.vivatinternacional.org.

11. VIVAT publicações:

§  Utilizar o manual “VIVAT é você” em sua comunidade (disponível em 4 idiomas)

§  Folheto – Reflexão Oração para o Advento 2012

§  Contribuir com o boletim de VIVAT

§  Enviar informações

 

Eventos e datas importantes para lembrar:

  • A primeira conferência da ONU sobre questões indígenas em 2014
  • Conferência cujo tema será “Mulheres” em 2015

Em nome de todas as congregações membros de VIVAT, Irmã Maria Theresia, sendo presidenta atual de VIVAT, agradeceu Irmã Zélia e Pe. Felix, reconhecendo o trabalho que realizam com grande paixão.

O restante da manhã foi dedicado à reflexão pessoal, sobretudo sobre planejamento individual e apresentações para as respectivas províncias.

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Sessão Vespertina

Revisão da Declaração

Por sugestão das(os) participantes do seminário, um comitê composto pelas irmãs Rose Terese, Claire e Mary Joy foi encarregado de elaborar uma declaração para todas as províncias e regiões. Na parte da tarde a declaração foi apresentada à assembléia.

Foi dado tempo às participantes para revisá-lo, primeiro individualmente e, em seguida, por grupos continentais. Comentários e sugestões foram apresentados ao comitê para sua revisão.

Plano Provincial de JUPIC

O facilitador, Pe. Francisco, apresentou algumas diretrizes sobre a preparação de um plano provincial de JUPIC. O marco do plano leva em conta a visão de província, os possíveis obstáculos na realização desta visão, e as ações concretas que devem ser adotadas para superar os obstáculos.

Tarefa principal de um animador de JUPIC

Como animadoras de JUPIC SSpS, nossa tarefa principal é ajudar a incorporar JUPIC na vida (comunidade) e missão (ministérios) das SSpS. Pe. Francisco assinalou que, ainda que os valores de JUPIC se promovam a nível congregacional, concretizar a prática destes valores, por outro lado,  realiza-se a nível provincial. Para se assegurar de que JUPIC se converta em uma parte integral de nossa vida e missão, também devemos ter formadores que estão imbuídos de tais valores. A integração de JUPIC, a partir dos exemplos dados pela Irmã Filo Hirota, não significa assumir um trabalho adicional, mas fazer um ministério a partir desta perspectiva.

Antes de encerrar a sessão, Pe. Fancisco apresentou informações sobre materiais disponíveis e recursos úteis:

  • Um itinerário formativo para uma Vida Religiosa Profética
  • Orações preparadas pela comissão de JUPIC em Roma
  • Documento de trabalho para Animadoras de JUPIC – Diretrizes elaborada pela OFM

 

PLANEJAMENTO – 19 e 20/10

O Plano de Ação

Em pequenos grupos, principalmente de missão, as (os) participantes partilharam o seu plano individual ou Plano Provincial JUPIC. Este plano foi apresentado, então, nos grupos continentais, onde, mediante o intercâmbio de idéias, cada uma se enriqueceu e trabalhou no desenvolvimento de sua própria síntese, a qual será partilhada, mais tarde, na própria província ou região.

A partir dos planos apresentados, as participantes levantaram alguns pontos e dificuldades que necessitam ser levados em conta. Uma das propostas é apresentar, para o próximo Capítulo Geral de 2014, algumas questões relevantes de JUPIC para que sejam abordadas em âmbito congregacional.

Propôs-se, também, desenvolver uma descrição, um detalhamento de trabalho para as coordenadoras de JUPIC. Pe. Francisco afirmou que este detalhamento pode facilitar o fluxo de trabalho e informações sobre os níveis provincial/regional e continental. Levantou um alerta, entretanto, sobre o perigo do ativismo. Ressaltou a necessidade de cuidar de si mesma e prestar atenção às diferentes áreas da vida. Ante a necessidade aparentemente interminável de responder às pessoas e situações, é bom recordar que não somos o messias. Para combater o ativismo ajuda, vez ou outra, dar um passo atrás e passar algum tempo só. O silêncio é essencial para conhecer-se a si mesmo e discernir o movimento de Deus e sua vontade.

Orientação para o Plano de Ação

Para maiores informações acessar:  https://sspsjupic.wordpress.com

 

Documento Final

O documento revisado da Declaração foi apresentado ao plenário para aprovação. A facilitadora, Irmã Maria João, descreveu o processo levado a cabo pelos membros do comitê de redação. Convidou todas(os) a lerem o documento e o discutirem em grupos de modo a verificar se o conteúdo corresponde ao desejo das(os) participantes. Com alguns esclarecimentos e adequações o documento foi aprovado e aclamado por todas. Os membros do Comitê de Redação foram elogiados e aplaudidos pelo ótimo trabalho realizado. Por outro lado, Irmã Maria João estimula às participantes a terem a declaração não só no papel, senão gravado nos próprios corações e levá-lo para a vida.

PRIMEIRO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE JUPIC SSpS

 STEYL, OUTUBRO, 1-21, 2012

 

Declaração

Nós, as 53 Missionárias Servas do Espírito Santo, incluída a Direção Geral, participamos do Primeiro Seminário Internacional de Justiça e Paz e Integridade da Criação (JUPIC).

Provenientes de 48 países participaram irmãs das 44 Provincias/Regiões. O Conselho Geral convocou o seminário e convidou 4 Missionários do Verbo Divino como representantes de suas zonas. Durante estes dias aprofundamos o lema; “Escolhe a vida”, nosso ícone bíblico (Jo 8, 1-11) e nossa opção pela vida, pela justiça, pela paz e pela integridade da criação. A experiência partilhada nos convocou e desafiou a viver os valores do Evangelho com uma perspectiva nova, sobre a compreensão de JUPIC no mundo de hoje.

Neste caminhar juntas, renovamos e refletimos sobre nós mesmas, as Escrituras, nossa Geração Fundadora, a Doutrina Social da Igreja, as Constituições e as direções do 13º Capítulo Geral. As realidades do mundo e da Igreja, nossa conexão com o Universo (Nova Cosmologia), Misticismo, profetismo e Justiça restaurativa foram alguns dos temas do Seminário. O processo do Círculo Pastoral de ver, julgar e agir nos ajudou a aprofundar nosso entendimento de diversas situações. O Espírito mobilizou nossos corações para aprofundar os caminhos da congregação para a não violência e a integridade da criação.

Partilhar diferentes visões nos levou a uma nova compreensão de JUPIC como estilo de vida, o qual está enraizado em nossa espiritualidade Trinitária – as relações com Deus, conosco mesmas, com as(os) outras(os) e com a Criação. Jesus, sua paixão pelo Reino e seus valores, é nosso modelo de JUPIC. Encarnar em nós o amor compassivo de Jesus nas situações de injustiça e opressão nasce de uma profunda vida contemplativa. Como mulheres discípulas de Jesus, JUPIC se converte em uma dimensão constitutiva de nossa vida e missão.

Olhamos o Senhor que nos convida a uma conversão pessoal e comunitária, interpelando-nos a proclamar com alegria sua Ressurreição e uma vida plena n’Ele. Esta experiência reaviva nossa paixão e nos compromete decididamente a fazer de JUPIC UM ESTILO DE VIDA.

À luz das Orientações do 13º Capítulo Geral e deste Seminário de JUPIC, comprometemo-nos a:

  • Cuidar da Integridade da Criação;
  • Optar, conscientemente, pela não violência como estilo de vida;
  • Responder criativamente às realidades de nosso tempo onde a vida está ameaçada;
  • Trabalhar em rede dentro de nossas Províncias/Regiões, SSpSAP, SVD, com VIVAT Interncional, com leigos(as) e outras pessoas

JUPIC é um valor essencial de nossa Congregação. Nossa Geração Fundadora em seus esforços por responder aos pobres e às realidades de seu tempo, nos tem mostrado o caminho. Nós nos comprometemos a continuar sua espiritualidade, sua visão e sua missão no mundo de hoje.

Encerramento do Seminário

Após três semanas partilhando experiências, trocando informações e refletindo sobre uma grande variedade de temas relacionados com Justiça e Paz e Integridade da Criação, chegou o momento de agradecer a todas e de partir cada uma e cada um para sua missão na província ou região de origem.

Assim, o último dia do seminário foi uma celebração por todas as metas alcançadas e uma ocasião para evoluir. No dia anterior as participantes fizeram sua avaliação individual e a equipe de organização apresentou uma síntese dos resultados. Na sessão final, a facilitadora, Ir. Maria João e o facilitador, Pe. Francisco O’Conaire partilharam o resultado. As participantes consideraram o seminário de muito bom a excelente.

As participantes expressaram, publicamente, suas apreciações sobre o seminário com muita alegria e gratuidade por todas as experiências vividas.

Em seguida, as Irmãs Pauline e Judith, da Equipe de Coordenação Geral, fizeram uma celebração de agradecimento a todas as pessoas que tornaram possível o seminário, agiram como anjos que cuidaram das pessoas que participaram em todos os aspectos, desde a alimentação, alojamento e transporte, até o trabalho de secretaria e comunicação.

Irmã Maria Theresia Hörnemann encerrou a sessão com uma palavra de agradecimento e convidou a dar continuidade ao seminário, dando vida ao compromisso com a Justiça, Paz e Integridade da Criação assumido.

Missa de Envio

A celebração da missa de encerramento junto com a comunidade das irmãs da Casa Mãe, em Steyl, evidenciou uma vez mais, a riqueza da internacionalidade e da interculturalidade que esteve presente em todo o seminário. Com cantos em diferentes línguas e com uma dança de adoração preparada pelas irmãs da Índia, todas as animadoras de JUPIC assumiram publicamente o compromisso de fazer de JUPIC um estilo de vida.

 https://sspsjupic.wordpress.com

 

 

Notícias de JUPIC

Tecendo mais um ponto em nossa Rede de Solidariedade

A entidade social das Missionárias Servas do Espírito Santo, a REDES - Rede de Solidariedade, realizou um encontro de formação para as Irmãs, nos dias 11 e 12 de agosto de 2012, tendo como objetivo aprofundar questões relacionadas a Justiça e Paz e Integridade da Criação (JUPIC) e refletir sobre o papel e a missão da REDES como entidade SSpS voltada para a ação social e missionária.

Durante o encontro, que se realizou em São Paulo, foram estudados os seguintes temas:
  • Analisar a conjuntura atual e buscar respostas criativas para a nossa missão.
  • Refletir sobre o papel e a missão da REDES como entidade SSpS voltada para a ação social e missionária.
  • Estudar o Projeto de Missão da Província (PMP) na perspectiva da REDES.
  • Aprofundar as propostas de JUPIC no que se refere ao cuidado com a natureza e com o Planeta.

O encontro teve como tema “Tecendo mais um ponto em nossa Rede de Solidariedade” e foi um momento importante para as irmãs conhecerem melhor a entidade, estudar a atual conjuntura do país e do mundo, integrar o cuidado com a ecologia e confrontar as finalidades da REDES com o trabalho missionário que realizam.

O encontro aconteceu no Convento Santíssima Trindade, em São Paulo, com a participação de 50 irmãs da Província, num clima de partilha, construção conjunta e momentos de espiritualidade. Durante todo o encontro as irmãs teceram uma rede colorida simbolizando o compromisso de trabalhar juntas para estender a rede de solidariedade para além da província, estabelecendo parcerias com outras organizações e entidades.

FOTOS DO ENCONTRO

Conteúdos apresentados no Encontro:

  • Análise de Conjuntura
  • Alfabetização Ecológica
  • Jupic e REDES

 

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