Vidas quebradas pelo tráfico de pessoas
A Campanha da Fraternidade 2014 está revelando o drama de milhares de pessoas vítimas do trabalho escravo, da exploração sexual e do tráfico de órgãos.
De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e dados das Nações Unidas (UNODC), 20,9 milhões de pessoas em todo o mundo são submetidas a trabalhos forçados, gerando um rendimento global de 31,6 bilhões de dólares por ano. Destas, quase 2,5 milhões foram traficadas, sendo 43% para exploração sexual comercial forçada, 32% para trabalho forçado e 25% para ambos ou por razões indeterminadas.
O tráfico de pessoas faz parte do crime organizado e é muito difícil de ser detectado. Em geral, os traficantes entram no círculo de relacionamentos das vítimas e conquistam sua confiança e sua família. Para aliciar, eles se fazem de amigos, namorados e até amantes. A vítima pensa que está tendo a grande oportunidade de sua vida e, quando percebe, já é tarde demais.
Quem cai no tráfico de pessoas torna-se prisioneiro do medo, pelas ameaças e chantagens que sofrem. O tratamento degradante destrói o senso de dignidade e a autoestima, a ponto de, por vergonha, muitas pessoas não buscarem ajuda.
Grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, colocam o Brasil no foco desses crimes hediondos, aumentando os riscos especialmente para mulheres jovens e pobres que sonham com uma vida melhor. Por isso alertar contra o perigo do tráfico de pessoas e denunciar qualquer indício ou suspeita é um serviço urgente e que pode salvar muitas vidas.