SECA

Neste ano, estamos experimentando umidade própria de regiões desérticas.  

A busca arraigada do lucro fácil, pela exportação de madeira e carne, por madeireiros e pecuaristas, tem levado a criminosos desmatamentos de amplas porções da Amazônia.

Desde 1902, portanto, há mais de um século, essa é a maior seca da Amazônia brasileira. Antonio Nobre, cientista do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), informa que a bomba que abastece de água a região Sudeste, é a Amazônia. Assim, não é de se estranhar a atual seca.

Na região Sul, o regime de águas é diverso: excesso de chuva tem prejudicado seriamente a vida da população local, causando até mortes.

Lembro-me de imensos cafezais que fizeram de Lins (SP) a capital mundial do café. Atualmente, os ventos quentes, além da pouca chuva, comprometem seu cultivo.

Para exportar celulose, imensas plantações de Eucalipto (e Pinus), planta  exótica importada de país onde seu cultivo é proibido, têm secado muitas nascentes de água, tornando a seca ainda mais aguda. Lembro-me de um “8 de março”, anos atrás, quando um grupo de mulheres, após vários alertas não atendidos pelas autoridades, resolveu invadir um canteiro de mudas de eucalipto, destruindo-as. Foram presas e estão sendo processadas. No entanto, muitos criminosos ambientais não estão sendo punidos.

Queimadas nos canaviais (embora proibidas por legislação federal) , assim como as urbanas, pioram o ar já excessivamente seco na nossa região. Idosas/os e crianças têm sofrido sérios danos à saúde, em especial, os relativos ao aparelho respiratório, às vezes, culminando em óbitos. Medidas urgentes dever ser tomadas para deter as mudanças climáticas que já se revelam muito graves. Ademais, a impermeabilização excessiva do solo urbano e a destruição das matas ciliares estão nos levando a catástrofes ambientais.

O projeto de Código Florestal aprovado na Câmara Federal, estará sendo votado no Senado em outubro. Se aprovado, será uma ameaça à nossa biodiversidade.

No próximo ano estaremos sediando a “Rio+20”, um balanço da “Rio ‘92”. Se a COP 15  e 16 em quase nada resultaram, urge que, na “Rio+20”, assumam-se medidas amplas e corajosas. Para isso, criativos e contundentes expedientes de reivindicação deverão ser usados pelos movimentos sociais. Uma mulher na Presidência do Brasil deverá significar uma corajosa guinada nas políticas públicas, em direção à defesa da nossa sobrevivência. Afinal, fomos nós, mulheres, que inventamos a ecologia.

 

Iolanda Toshie Ide

Convento Santíssima Trindade

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