OS ÍNDIOS DAS AMÉRICAS E A INVENÇÃO DA AGRICULTURA

A cabaça já era cultivada na Meso-América há 9 mil anos, assim como no Sudeste asiático. Também o algodão e o amendoim foram largamente cultivados no continente americano, este último também na China. 

Na Meso-América, há 9 mil anos, além da cabaça, cultivou-se milho, feijão, pimenta, além do cacau cuja semente foi usada como moeda. Domesticou-se também o peru cuja carne servia de alimento.

Mais recente é a agricultura andina com cerca de 7 mil anos: cabaça, quinoa, batata, feijão e, também, criação de lhama. Recentemente foi celebrado com muitos eventos o Ano Internacional da Batata principalmente no Peru onde se conhece mais de 3 mil espécies de batata. Sabe-se que a Irlanda como povo teria desaparecido não fosse a batata importada do Peru, equivocadamente chamada “batata inglesa”.

No Brasil, como também, nas regiões correspondentes à Guatemala, Venezuela, Honduras, Belise, Colômbia e, em parte das Antilhas, a mandioca, o aipim e a bata-doce foram largamente cultivadas. Leguminosa como o feijão e sereais como quinoa, milho e amaranto (correspondente ao trigo), foram cultivados em regiões correspondentes ao atual México.  O milho foi base da alimentação no oeste do continente, desde a América Central até toda a costa andina: seus habitantes se denominavam “hombres de maiz”. Nessa região predominou o cultivo de milho e batata. O Jacatupé, uma rara leguminosa, era cultivado no México: os grãos são tóxicos, mas o tubérculo era alimento comum entre os indígenas. De gosto adocicado, foi apelidado pelos espanhóis como “maçã dos trópicos”.

Por muito tempo, supôs-se que a agricultura fora inventada apenas no Oriente Próximo, mas os estudos arqueológicos fazem concluir que houve uma invenção da agricultura nas Américas, independente da do Oriente. 

O preconceito e a ignorância sobre a cultura dos diversos povos das Américas engendrou um estereótipo: atraso, preguiça, ignorância. No entanto, uma visita a Tikal (norte da Guatemala), permite admirar as imensas pirâmides. A despeito dos saques, no Museu etnográfico da Guatemala, pode-se ainda constatar a riqueza civilização maia com escritas hieroglíficas ainda não totalmente decodificadas. Conhecedores da borracha, praticavam jogos de bola cujos campos se situavam junto aos templos. As ricas cerâmicas, a indumentária sofisticada, os códices (ainda não decifrados), o calendário, as informações astronômicas ... revelam culturas avançadas. 

No Dia do Índio, celebrado no Brasil, é preciso lembrar a dívida centenária para com os cerca de dois mil povos indígenas que habitaram (alguns ainda) terras que hoje correspondem geograficamente ao Brasil. No dia 20 de abril de 1997, cinco jovens atearam fogo em Galdino Jesus dos Santos, da nação Pataxó Hã-Hã-Hãe. Os assassinos não foram condenados pelo crime. Depois de Galdino, outros 259 índios foram assassinados, a maioria no Mato Grosso do Sul.

Há uma tentativa de pagar essa dívida por meio de ações de solidariedade e políticas de proteção e respeito a seus direitos. A despeito da dizimação de muitos povos, os que sobreviveram estão se multiplicando. Em pouco menos de 50 anos, a população indígena quadruplicou.

Iolanda Toshie Ide            

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